sábado, 31 de dezembro de 2011

AMATRIBO em 2011




Por : Jéssica Alves, Mary Paes, Salomão Alcolumbre e Maksuel Martins

Para muitos, 2011 já pode ser considerado o ano mais rock and roll que Macapá já teve, com a intensa realização de eventos do estilo, além de nossa capital receber grandes nomes do cenário, como Garotos Podres, Angra, Torture Squad, Autoramas, Biquíni Cavadão, Edu Ardanuy(Guitarrista do Dr Sin), Kiko Loureiro do Angra, além de muitos macapaenses poderem prestigiar a banda internacional Iron Maiden (em Belém, quase nossa vizinha), e outros eventos como Rock in Rio e SWU.

E a onda também foi boa para as bandas locais, pois com o rock visto como protagonista insano, eventos surgiram quase que diariamente, como Liberdade ao Rock, Vila do Rock, prévias, Grito Rock, entre outros. E consequentemente um aumento considerável no público, apresentações e produção de nossos rock stars.

E não foi diferente para a Amatribo. Um ano de visibilidade, lançamento de trabalho autoral, divergências, ensaios, troca de membros, entre outros, além do reconhecimento do público e destaque a nível nacional. Resumindo, houve momentos em que a jornada parecia literalmente uma guerra, com alguns obstáculos e desafios, mas que com a união, perseverança e vontade de produzir material de qualidade, a Amatribo seguiu em frente e engatilha novos projetos para 2012.

Preparação e lançamento
E o ano já começou intenso para o então quarteto da Amatribo. Após completar 8 anos de existência (com muitos dias de treinamento), a banda reuniu as músicas autorais gravadas e masterizadas, promoveu um evento para marcar o lançamento do EP “Amatribo”,  que aconteceu em fevereiro. Mas a rotina que antecedeu ao esperado dia foi de preparação e muita divulgação. Jornais impressos, programas de rádio, TV, sites e blogs ocuparam um espaço para mostrar a um público variado o thrash metal amapaense que agora acabara de dar oficialmente sua partida.

O resultado de tanto esforço foi um evento com casa cheia no Malocão do Sesi. Com a participação das bandas Stereovitrola, Nova Ordem e Anonymous Hate, o público aguardou e esquentou o clima para a atração principal. E a Amatribo subiu ao palco com o intuito de mostrar a que veio e a intensidade de suas músicas.

As canções Guerra dos Mundos, Dia de Treinamento e Guerra do EP foram apresentadas de maneira empolgante, o que não deixou o público parado. Além delas, a banda executou Corrompendo e Homem X Natureza. Para finalizar, covers da maior inspiração, Sepultura: Propaganda e Troops of Doom. Um show que com certeza deixou o público empolgado com o renascimento da Amatribo, e ao mesmo tempo, deixou expectativas para o ano que estava apenas iniciando.

Após o lançamento, shows marcantes seguiram para a Amatribo. Entre eles, o Grito Rock, que depois do feriado de Carnaval, fez diversos rockeiros do Amapá agitarem ao som das bandas locais. E a Praça da Bandeira foi a “vítima” da vez, com a sua artilharia sonora, produzindo um efeito semelhante às armas de guerra: potente e profundo.  Santana também recebeu o efeito da Amatribo, no “Santana In Chaos”, como banda convidada do evento promovido pela Anonymous Hate.

Um convite no mínimo inusitado partiu do diretor do Teatro das Bacabeiras Aroldo Pedrosa para que a banda Amatribo se apresentasse no evento Navegando na Vanguarda, um show que traz em sua característica principal divulgar e manter viva a chama do tropicalismo e da vanguarda. A galera aceitou o desafio e quase leva abaixo as escadarias do Teatro  (brincadeira). Mas, este foi um marco para que outras tribos conhecessem o trabalho dos nossos guerreiros.

Nessa linha inusitada, até boate foi palco (Disco Gloss) para a Amatribo, e novamente a praça da bandeira recebeu o quarteto, para celebrar o Dia Mundial do Rock. 
A banda tocou ainda para um público bem diferente, em horário inusitado (às 11h), mas que recebeu o respeito e curiosidade do público, na prévia do Festival Quebramar, realizada na Escola Tiradentes.

Depois das prévias do Quebramar, Amatribo ainda agitou as águas tranqüilas da Ilha de Santana no evento Amazon Vibes, rave privê que rolou em setembro, com mais de 12 horas de som e muita loucura!

Troca nas baquetas
Mas apesar de toda a agitação, a Amatribo contou com uma inesperada surpresa: o baterista Vinii deixou seu posto em setembro, por motivos particulares. Com a surpresa, a banda deu uma pausa nas apresentações para ir em busca de um novo baterista e também reformular o repertório.

Emerson Costa, amigo dos componentes e baterista das bandas Genezis e Marttyrium foi convidado para tocar durante as apresentações da banda, por certo período, até a confirmação de outro nome na bateria.

E o primeiro desafio do cara foi tocar na 48º Expofeira do Amapá, pra falar a verdade a banda nunca tinha tocado nesse evento, depois de oito anos na estrada, a chance veio e todos poderão ouvir o som da tribo na Maloca.

Os caras estavam com tudo, e após alguns ensaios, Almir Junior (mais conhecido como AJ) entrou para o time da Amatribo, assumindo a outra guitarra da banda, o que proporcionou maior peso e qualidade ao som da banda, aliado a Rulan. O que foi comprovado durante a apresentação do Festival Quebramar, Festival do Coletivo Palafita, no qual a banda faz parte desde a primeira edição do Festival.

Vestidos para a guerra, o agora quinteto executou o clássico repertório da banda, com a cozinha executada ferozmente por Emerson e Salomão e as guitarras agressivas de AJ  e Rulan, mas com adições inusitadas, como o tambor de Marabaixo, aliado ao vocal thrash de Maksuel, executando um verso da tradição amapaense. E o público não ficou parado durante as cinco músicas levadas pela banda.

Reconhecimento

Além de eventos, fãs e o novo membro, a Amatribo colheu reconhecimentos durante o ano de 2011, inclusive de mídias nacionais especializadas em música, elevando assim a fronteira musical da banda.

Em novembro, houve o Lançamento de um cd virtual para download, com músicas inscritas pelas próprias bandas. Eis aqui, portanto o CD Som do Norte 2011, idealizado pelo jornalista gaúcho Fábio Gomes, com 14 faixas representando 5 estados do Norte. Acre e Rondônia não se inscreveram.

As 14 faixas formam um painel variado da produção nortista do período 2010-2011, indo da toada ao metal, passando pelo reggae e, claro, muito rock. E a Amatribo fez parte da coletânea, com a música “Dia de Treinamento”.

E o jornalista Luiz Carlos Vieira, colaborador da revista especializada em classic rock e heavy metal Roadie Crew esteve em terras amapaenses com a missão de transmitir aos seus leitores um olhar de um viajante que busca novos sons, e ao se deslocar no Amapá, presenciou, além de uma brisa agradável do Rio Amazonas, a vasta produção underground das bandas independentes.

E com as palavras de Luiz, a banda Amatribo, a quinta a se apresentar naquela noite, foi “uma das grandes surpresas”. Como ele explica na publicação, “surpreendeu pelo seu Thrash Metal influenciado por Sepultura e Overdose (fase Progress Of Decadence). Com músicas bem trabalhadas e cantadas em português, o grupo apresentou um set coeso, gerando uma ótima resposta do público presente, haja vista a experiência que têm na cena local. Ótimo show!”.

O jornalista produziu uma matéria que esteve no site da Roadie Crew até meados de dezembro, além de ter uma das páginas mais acessadas do Festival Quebramar.

Uma boa notícia para fechar o ano mais rock and roll da Amatribo, que após reformulações, caminha seguindo com projetos, ensaios e novidades para 2012. E se é rock, aumenta o som e a intensidade, porque é algo que se pode ver mais, é a evolução da banda, que caminha para os nove anos de existência e consolidando a força tribal amapaense, que parece mais intensa a cada dia.

Como não poderia ser diferente, hoje a AMATRIBO junto com outras bandas do Coletivo Palafita vão fechar o ano de 2011 com uma grande festa de Reveillon na Casa Fora do Eixo Macapá.

A todos um Feliz Ano de Metal novo!!! Esses são os votos para 2012 da família AMATRIBO a todos os seus fãs.

Agradecemos a todos que contribuíram direta ou indiretamente para o sucesso do nosso trabalho.



Algumas fotos deste ano de 2011




























Créditos das fotos:

Alexandre Brito
Camila Karina
Daniel Nec
Hellen Cortezolli
Jéssica Alves
Jösi Rizzari
Mary Paes
Renato Reis



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um pouco sobre Rulan Leão (Tio Chico)


Por Jéssica Alves

Grito Rock 2011 - Foto: Alexandre Brito

O guitarrista da Amatribo possui uma vasta história de interesse e talento pela música. Desde a infância, ele, através da influencia familiar, iniciou a paixão pela arte musical. Mas curiosamente, ele não seguiu os primeiros passos no instrumento que hoje lhe deu destaque no cenário amapaense.

Aniversário do Teatro das Bacabeiras 2011 - Foto: Mary Paes

Durante festas e reuniões de família, Rulan e seu primo faziam a trilha sonora através de voz e teclados, executando diversos ritmos, como bolero, brega, samba, entre outros. Mas com o passar dos anos, veio à adolescência e com ela, o gosto pelo estilo musical mais controverso e amado por jovens: o rock.

E consequentemente, o teclado foi deixado de lado pelo jovem músico, que atraiu atenções para o instrumento que é símbolo absoluto do rock, a guitarra. E este interesse veio após Rulan ver o vídeo da banda de metal Death e o vocalista e guitarrista Chuck Schuldiner. A partir daí, ele encontrou o seu meio na música.

Exercícios de renomados guitarristas como Kiko Loureiro e Mozart Melo passaram a se do cotidiano de Rulan, que chegou a ficar noites em claro praticando para poder evoluir nos instrumentos.


Aniversário de Maksuel Martins (Vocal AMATRIBO)

O Thrash Metal é a maior influência de Rulan, e bandas como Sepultura passaram a serem incluídas no repertorio de suas bandas. O guitarrista já tocou nas bandas Cerimonial Sombrio, Blacksoul e Mesopotâmia

Na Amatribo

Em 2003, ano em que a Amatribo estava em seus primeiros passos, Rulan, que já possuía amizade com Salomão Alcolumbre e Jean (percussionista na época) foi convidado para fazer parte da banda. A partir daí, a banda ganhou uma nova identidade musical.

Grito Rock 2011 - Foto: Alexandre Brito

Covers de Sepultura, Slipknot, Korn começaram a ser executados pela banda. Mas ainda assim, o guitarrista influenciou no processo de composição das musicas, na pegada do thrash metal. Em meados de 2011, a banda passou a executar apenas trabalhos próprios.

Após oito anos de atividades na Amatribo, o músico atualmente, também faz parte da banda de Metalcore Amaurose. E executa seu trabalho em diversos eventos em Macapá, atraindo grande público. Com a Amatribo, ele trabalha para novos projetos e composições, que brevemente serão divulgados.

Feliz Aniversário atrasado :P

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Destruição em pólvora!! Uma visão do show da Amatribo no Festival Quebramar


Por Jéssica Alves


Torture Squad
Foto: Maksuel Martins


Sábado, 10 de dezembro de 2011, 21h40. Em uma noite em que a lua apresentou ares platinados e meigos, houve uma contradição no planeta terra, às margens do Rio Amazonas, na cidade de Macapá. Riffs matadores, bateria violenta e centenas de headbangers celebravam a penúltima noite do Festival Quebramar, carinhosamente batizada de Pólvora, que estava repleta de bandas locais de Metal e fechou a noite com a atração Thrash/Death Torture Squad.

Após a apresentação das bandas Novos e Usados, Matinta Pereira, Prolepse e Radiovoxx, chegou a vez da Amatribo mostrar a que veio, iniciando a seqüência metal que se estendeu até o fim da noite. E se existe apenas uma palavra para definir a apresentação da banda naquela noite de sábado, se chama destruição.


Foto: Mary Paes

Logo de cara, o agora quinteto, vestidos para a batalha, com o novo guitarrista oficial AJ e a participação de Etto (Marttyrium) na bateria, os músicos Rulan, Salomão e Maksuel executaram “Guerra”, do EP Amatribo e a canção levantou a galera, que curtiu o som de várias maneiras, seja em roda punk, bengueando ou simplesmente observando a apresentação. Depois se seguiu com “Dia do Treinamento” e “Guerra dos Mundos”, canções que cujas letras foram cantadas pelos fãs da banda.


Foto: Camila Karina


Foto: Camila Karina


AJ somou ao trabalho do grupo com inspiração, e a segunda guitarra proporcionou a banda um som ainda mais pesado e agressivo, com raízes locais. A dupla formada com Rulan executou riffs e solos matadores no Festival Quebramar.

Foto: Camila Karina

A cozinha da banda executou o peso necessário para o thrash metal genuinamente tucujú, que fez dezenas de cabeças headbangers rodarem, literalmente. Salomão e Etto provaram o quão é importante a parceria do baixo e bateria para uma banda, especialmente se os músicos irem além de simplesmente tocar as canções, mas senti-las de fato e mostrar para o público a sua energia.


Foto: Raffael Brito

Foto: Raffael Brito

Maksuel continua a surpreender com seu vocal visceral, a ponto de alguns questionarem na platéia se aquela é mesmo a sua voz. Com a atitude, o vocalista anunciou a apresentação em memória a Paládia (avó de Salomão, que faleceu em novembro deste ano, aos 101 anos de idade), e a Vinii Brito, ex-baterista da banda, que contribuiu para a formação da identidade metal que atualmente é exercida pela Amatribo.

Foto: Camila Karina


Na seqüência, veio a inédita “Corrompendo”, uma faixa brutal com letra reflexiva. E mais roda punk, bate cabeça e outras cenas típicas de uma multidão rocker/headbanger. E logo depois uma cena inusitada: com um tambor típico das rodas de Marabaixo, Maksuel sobe ao palco e executa um “ladrão”, entretanto na melhor maneira Amatribo: com o vocal gutural. A resposta do público foi imediata.finalizando o show, “Homem x Natureza”.
Foto: Renato Reis

Assim a Amatribo encerra sua participação no IV Festival Quebramar, no palco principal e cativou aos fãs mais antigos e conquistou um novo público, que se amontoou para pegar os EPs lançados na platéia. Os apaixonados pelo peso headbanger da banda amapaenses ficaram satisfeitos com essa inspirada apresentação. Essa foi a Amatribo, que há oito anos leva para o público uma somatória do peso do metal, mas de maneira tipicamente amapaense.

Ate à próxima.



 
Foto: Mary Paes 


Foto: Mary Paes 


Foto: Mary Paes 


Foto: Raffael Brito


Foto: Raffael Brito