Por : Jéssica Alves, Mary Paes, Salomão Alcolumbre e Maksuel Martins
Para muitos, 2011 já pode ser considerado o ano mais rock and roll que Macapá já teve, com a intensa realização de eventos do estilo, além de nossa capital receber grandes nomes do cenário, como Garotos Podres, Angra, Torture Squad, Autoramas, Biquíni Cavadão, Edu Ardanuy(Guitarrista do Dr Sin), Kiko Loureiro do Angra, além de muitos macapaenses poderem prestigiar a banda internacional Iron Maiden (em Belém, quase nossa vizinha), e outros eventos como Rock in Rio e SWU.
E a onda também foi boa para as bandas locais, pois com o rock visto como protagonista insano, eventos surgiram quase que diariamente, como Liberdade ao Rock, Vila do Rock, prévias, Grito Rock, entre outros. E consequentemente um aumento considerável no público, apresentações e produção de nossos rock stars.
E não foi diferente para a Amatribo. Um ano de visibilidade, lançamento de trabalho autoral, divergências, ensaios, troca de membros, entre outros, além do reconhecimento do público e destaque a nível nacional. Resumindo, houve momentos em que a jornada parecia literalmente uma guerra, com alguns obstáculos e desafios, mas que com a união, perseverança e vontade de produzir material de qualidade, a Amatribo seguiu em frente e engatilha novos projetos para 2012.
Preparação e lançamento
E o ano já começou intenso para o então quarteto da Amatribo. Após completar 8 anos de existência (com muitos dias de treinamento), a banda reuniu as músicas autorais gravadas e masterizadas, promoveu um evento para marcar o lançamento do EP “Amatribo”, que aconteceu em fevereiro. Mas a rotina que antecedeu ao esperado dia foi de preparação e muita divulgação. Jornais impressos, programas de rádio, TV, sites e blogs ocuparam um espaço para mostrar a um público variado o thrash metal amapaense que agora acabara de dar oficialmente sua partida.
O resultado de tanto esforço foi um evento com casa cheia no Malocão do Sesi. Com a participação das bandas Stereovitrola, Nova Ordem e Anonymous Hate, o público aguardou e esquentou o clima para a atração principal. E a Amatribo subiu ao palco com o intuito de mostrar a que veio e a intensidade de suas músicas.
As canções Guerra dos Mundos, Dia de Treinamento e Guerra do EP foram apresentadas de maneira empolgante, o que não deixou o público parado. Além delas, a banda executou Corrompendo e Homem X Natureza. Para finalizar, covers da maior inspiração, Sepultura: Propaganda e Troops of Doom. Um show que com certeza deixou o público empolgado com o renascimento da Amatribo, e ao mesmo tempo, deixou expectativas para o ano que estava apenas iniciando.
Após o lançamento, shows marcantes seguiram para a Amatribo. Entre eles, o Grito Rock, que depois do feriado de Carnaval, fez diversos rockeiros do Amapá agitarem ao som das bandas locais. E a Praça da Bandeira foi a “vítima” da vez, com a sua artilharia sonora, produzindo um efeito semelhante às armas de guerra: potente e profundo. Santana também recebeu o efeito da Amatribo, no “Santana In Chaos”, como banda convidada do evento promovido pela Anonymous Hate.
Um convite no mínimo inusitado partiu do diretor do Teatro das Bacabeiras Aroldo Pedrosa para que a banda Amatribo se apresentasse no evento Navegando na Vanguarda, um show que traz em sua característica principal divulgar e manter viva a chama do tropicalismo e da vanguarda. A galera aceitou o desafio e quase leva abaixo as escadarias do Teatro (brincadeira). Mas, este foi um marco para que outras tribos conhecessem o trabalho dos nossos guerreiros.
Nessa linha inusitada, até boate foi palco (Disco Gloss) para a Amatribo, e novamente a praça da bandeira recebeu o quarteto, para celebrar o Dia Mundial do Rock.
A banda tocou ainda para um público bem diferente, em horário inusitado (às 11h), mas que recebeu o respeito e curiosidade do público, na prévia do Festival Quebramar, realizada na Escola Tiradentes.
Depois das prévias do Quebramar, Amatribo ainda agitou as águas tranqüilas da Ilha de Santana no evento Amazon Vibes, rave privê que rolou em setembro, com mais de 12 horas de som e muita loucura!
Troca nas baquetas
Mas apesar de toda a agitação, a Amatribo contou com uma inesperada surpresa: o baterista Vinii deixou seu posto em setembro, por motivos particulares. Com a surpresa, a banda deu uma pausa nas apresentações para ir em busca de um novo baterista e também reformular o repertório.
Emerson Costa, amigo dos componentes e baterista das bandas Genezis e Marttyrium foi convidado para tocar durante as apresentações da banda, por certo período, até a confirmação de outro nome na bateria.
E o primeiro desafio do cara foi tocar na 48º Expofeira do Amapá, pra falar a verdade a banda nunca tinha tocado nesse evento, depois de oito anos na estrada, a chance veio e todos poderão ouvir o som da tribo na Maloca.
Os caras estavam com tudo, e após alguns ensaios, Almir Junior (mais conhecido como AJ) entrou para o time da Amatribo, assumindo a outra guitarra da banda, o que proporcionou maior peso e qualidade ao som da banda, aliado a Rulan. O que foi comprovado durante a apresentação do Festival Quebramar, Festival do Coletivo Palafita, no qual a banda faz parte desde a primeira edição do Festival.
Vestidos para a guerra, o agora quinteto executou o clássico repertório da banda, com a cozinha executada ferozmente por Emerson e Salomão e as guitarras agressivas de AJ e Rulan, mas com adições inusitadas, como o tambor de Marabaixo, aliado ao vocal thrash de Maksuel, executando um verso da tradição amapaense. E o público não ficou parado durante as cinco músicas levadas pela banda.
Reconhecimento
Além de eventos, fãs e o novo membro, a Amatribo colheu reconhecimentos durante o ano de 2011, inclusive de mídias nacionais especializadas em música, elevando assim a fronteira musical da banda.
Em novembro, houve o Lançamento de um cd virtual para download, com músicas inscritas pelas próprias bandas. Eis aqui, portanto o CD Som do Norte 2011, idealizado pelo jornalista gaúcho Fábio Gomes, com 14 faixas representando 5 estados do Norte. Acre e Rondônia não se inscreveram.
As 14 faixas formam um painel variado da produção nortista do período 2010-2011, indo da toada ao metal, passando pelo reggae e, claro, muito rock. E a Amatribo fez parte da coletânea, com a música “Dia de Treinamento”.
E o jornalista Luiz Carlos Vieira, colaborador da revista especializada em classic rock e heavy metal Roadie Crew esteve em terras amapaenses com a missão de transmitir aos seus leitores um olhar de um viajante que busca novos sons, e ao se deslocar no Amapá, presenciou, além de uma brisa agradável do Rio Amazonas, a vasta produção underground das bandas independentes.
E com as palavras de Luiz, a banda Amatribo, a quinta a se apresentar naquela noite, foi “uma das grandes surpresas”. Como ele explica na publicação, “surpreendeu pelo seu Thrash Metal influenciado por Sepultura e Overdose (fase Progress Of Decadence). Com músicas bem trabalhadas e cantadas em português, o grupo apresentou um set coeso, gerando uma ótima resposta do público presente, haja vista a experiência que têm na cena local. Ótimo show!”.
O jornalista produziu uma matéria que esteve no site da Roadie Crew até meados de dezembro, além de ter uma das páginas mais acessadas do Festival Quebramar.
Uma boa notícia para fechar o ano mais rock and roll da Amatribo, que após reformulações, caminha seguindo com projetos, ensaios e novidades para 2012. E se é rock, aumenta o som e a intensidade, porque é algo que se pode ver mais, é a evolução da banda, que caminha para os nove anos de existência e consolidando a força tribal amapaense, que parece mais intensa a cada dia.
Como não poderia ser diferente, hoje a AMATRIBO junto com outras bandas do Coletivo Palafita vão fechar o ano de 2011 com uma grande festa de Reveillon na Casa Fora do Eixo Macapá.
A todos um Feliz Ano de Metal novo!!! Esses são os votos para 2012 da família AMATRIBO a todos os seus fãs.
Agradecemos a todos que contribuíram direta ou indiretamente para o sucesso do nosso trabalho.
Algumas fotos deste ano de 2011
Créditos das fotos:
Alexandre Brito
Camila Karina
Daniel Nec
Hellen Cortezolli
Jéssica Alves
Jösi Rizzari
Mary Paes
Renato Reis